- E sabe do que mais: “ o nada inexiste!” - Isso é teoria ou pretexto?
- Ué, por que?
- Porque se é teoria depende de provação, adeptos e seguidores. E isso leva tempos. E tempos são afeitos a mudanças que, na verdade, só ocorrem com o tempo.
Portanto – se é teoria, que seja!
Isso não muda a vida, o mundo,o clima, nem o humor. Mas se é pretexto o assunto fica mais complicado. Esse pretexto é desculpa esfarrapada para fazer de tudo para não fazer nada. E pior - não fazendo nada, se faz tudo, porque, enfim o teu “nada inexiste”...
- O que? Afinal o que estás conversando?
- Nada!
- É, mas eu ouvi Tudo.
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
João Se Sobra
De repente sobrou faca e facão por todo lado. As mulheres correram para o canto e os machos caíram na briga.
Os ferros tiniam no meio do salão. Um grito de pára - tem gente ferida no chão- estancou a baderna. Perto do gaiteiro estava Se Sobra furado de muitas pontas e a vida escorrendo pela mão.
- Traz pano e salmoura...
- Que desastre!
- Não morre, João!
- Se Sobra , não mor...
Em volta, compadecidos todos fizeram o sinal da cruz!
Fizeram com a mão esquerda porque na direita tinham as facas sujas de sangue – verde e amarelo.
Os ferros tiniam no meio do salão. Um grito de pára - tem gente ferida no chão- estancou a baderna. Perto do gaiteiro estava Se Sobra furado de muitas pontas e a vida escorrendo pela mão.
- Traz pano e salmoura...
- Que desastre!
- Não morre, João!
- Se Sobra , não mor...
Em volta, compadecidos todos fizeram o sinal da cruz!
Fizeram com a mão esquerda porque na direita tinham as facas sujas de sangue – verde e amarelo.
Paixão
De passada, aos trambulhões alguém me disse que paixão nada mais é que um vulcão em uma ilha cheia de náufrago bêbados - de paixão.
Daqui me parece uma ilha de náufragos cheia de vulcões bêbados. De paixão?
Pelo sim, pelo não, paixão há ser um pobre náufrago repleto de vulcões em uma ilha bêbada – de paixão.
E por que não?
Daqui me parece uma ilha de náufragos cheia de vulcões bêbados. De paixão?
Pelo sim, pelo não, paixão há ser um pobre náufrago repleto de vulcões em uma ilha bêbada – de paixão.
E por que não?
Saudade
Ah, a saudade, essa invasora, fez seu ninho no canto dos olhos, bica seus frutos de angústia nas rugas da testa e na fonte das lágrimas se sacia cotidiana e silenciosamente.
Essa ingrata semeou nas linhas da mão calejada o segredo que desarma a bomba das lembranças.
É preciso desarmá-la, com urgência. Mas de que jeito?
Trêmulas mãos que não me deixam ler suas linhas... ou serão meus olhos que tremulam incomodados com a intrusa inquilina?
Que tormento! Já sei - vou sufocá-la até não mais ouvir um só estertor. Como farei?
Cerrarei os olhos – para sempre, para sempre...
Essa ingrata semeou nas linhas da mão calejada o segredo que desarma a bomba das lembranças.
É preciso desarmá-la, com urgência. Mas de que jeito?
Trêmulas mãos que não me deixam ler suas linhas... ou serão meus olhos que tremulam incomodados com a intrusa inquilina?
Que tormento! Já sei - vou sufocá-la até não mais ouvir um só estertor. Como farei?
Cerrarei os olhos – para sempre, para sempre...
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