segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Adivinha...

Tanisso e Tanessa, dois exemplares operários da Fábrica Brasil, batendo aquele papo esperto, na ida para o trabalho.
-Adivinha o que eu tenho aqui?
-Um elefante com bolinhas roxas.
-Não – é sério – adivinha (?)
-Ora, como é que eu vou saber?? Dá uma dica.
-É verde e...
-Uma nota de cem dólares (?)
-Nada disso. Pensa um pouco. É verde, amarelo e lustroso.
-Já sei. É um sapo, desses bem grandes, da lagoa.
-E eu tenho estômago para segurar sapos? Já basta os que a gente engole por aí. Te concentra – Diz o que é.
-Verde, amarelo e lustroso. Taí, matei. É o Hulk brasileiro saindo de um baile de carnaval (??)...
-Assim não dá. Estás levando na gozação. Eu tenho aqui uma das coisas mais importantes de todos os tempos.
-Só pode ser a máquina (legal) de imprimir dólares ou então é o recibo quitado da dívida externa (?).
-Contigo não dá para conversar. Mas, vendo bem, não erraste muito longe. Com isto que tenho nas mãos, se bem usado,dá para fazer dinheiro e mandar para os escambaus a tal da dívida externa. Agora está fácil. Adivinha.
-Peguei – é o canhão do Rambo?...
-Eu desisto. Não és um patriota. Não tens o chamado “interesse cívico”. Só pensas em bobagens.
-Me dá mais uma chance. Vai lá – me dá mais umas dicas.
-Tudo bem. Vamos lá: - tudo pela Pátria. Com isto que tenho aqui atrás, é possível transformar fracos em fortes e fortes em fracos. Não vais me dizer, agora, que não sabes o que é??...
-Deixa ver... dá um tempinho; deixa eu pensar...
-Vai pensando – tens todo o tempo. Aliás, o tempo é a fornalha da consciência.
-O que? Uma fornalha??
-Nada, nada. Esquece. Eu estava apenas filosofando. Continua pensando na tua resposta.
-Fraco fica forte e forte fica fraco... (cabeleira do Sansão, licor de jurubeba, chá de sabugueiro, garota do fantástico, telesena, volante da loto, santinho de candidato político)... olha, tá difícil.
-Pensa. É a grande arma dos oprimidos.
-Então é a poção mágica do Asterix... (?)
-Deixa de brinquedo. O assunto é sério. Isto que eu tenho aqui significa a redenção dos trabalhadores...
-Já sei. É uma caderneta de poupança de Banco Suíço.
-Chega de besteira. Tá aqui, ó – os direitos inalienáveis do cidadão...
-O que é isso?? Um passaporte??...
-Este livrinho é a Constituição Brasileira. Olha bem. Segura com cuidado. Dá uma lida.
-Agora não dá – o apito já está chamando. Lê tu.
-Não – Lê tu – toma.
-Não posso, agora. Vai. Lê um trechinho pra nós...
-Não. Lê tu.
-Eu não – lê tu...
-Engraçado, comadre saracura, disse a coruja – eles vão empurrar um para o outro o tal livrinho, porque não sabem ler... eu acho!
-Será? Como a senhora é maldosa...
-Eu? – eu só observo e bico!
-Então bique...

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