terça-feira, 17 de maio de 2011

EM NOME...

Quem pensou que Dom Pedrito estivesse sozinha no mapa, enganou-se. De uns dez anos pra cá, a fúria emancipatória fez surgir uma série de novos  municípios Brasil a fora. Leio e constato a existência de uma cidadezinha gaúcha denominada Dom Pedrito de Alcântara, surgida, recentemente, nessa alucinada leva emancipatorréica... (essa palavra existe??) Deveria...!
E como se chamam os moradores desse  lugar? Seriam os “Dom Pedritenses” ou os “Alcantarenses”? Ou serão os Pedritanos ou Alcanterídios?...
Indagações à parte, vale a pena conferir a porção de novos e intrigantes nomes que povoam o novo Rio Grande. E todos elegerão prefeitos e vereadores no próximo três de outubro.
Gentílicos de todos os tamanhos e para todos os gostos, serão habilmente, descascados pelos políticos em seus acalorados discursos de “convence povo”.
Os antargortenses, os ipesianos, os passasetenses e os sagradanos familienses, das respectivas Anta Gorda, Ipê, Passa Sete e Sagrada Família, terão muito o que ouvir nesta eleição. E como responderão os eleitores de Chuvisca, Mato Leitão, Rolador, Relvado e Muitos Capões?... Quem nasce em Muitos Capões chama-se como ou o quê?... Caponada? Rebanho? Tropa? O certo é que tal dúvida não há de empanar o entusiasmo dessa boa gente na escolha de um prefeito pastor ou pastor prefeito...
Mas, tem mais – tem município chamado Alegria e outro chamado Sério. Tem um denominado Mormaço e outro denominado Boa Vista do Incra... E durma-se com um barulho desses...
Para não cometer injustiça não poderei omitir o Mato-Castelhano, o Novo Machado, o São José dos Ausentes e o escorreito e bem posto Benjamin Constant do Sul...
Em destaque vem o município de Tio Hugo. E como ficará o mundo se os “tio huguenses” fecharem questão?... Que questão...? Ora, a questão do tudo e do nada ou do pino da granada... Que diferença tal fará em Roma, Paris ou Badra...?
Queiramos ou não, esses são os meandros (brasileiros) da democracia de resultados. Que resultados? Para quem vai a vantagem? Na base da conta, tem soma, multiplicação e divisão armando a equação de uma  cidadania mínima sobre interesses máximos para uma  resultante prédica. E a subtração? Essa fica por conta dos tributos gerais e das falcatruas particulares... Se alguém chegasse, de surpresa, em nosso mundinho, perguntaria, atônito: - “Por que tantos nomes se o por quê é anônimo?
Se alguém se sentir incomodado com tanta perguntação, que vá morar em Quinze de Novembro – município próspero, altivo e valoroso. Se, ainda assim, não estiver satisfeito, que pule um número e vá buscar abrigo na “dezesseis de Novembro”, bela cidade, acima de qualquer suspeita histórica, política e... matemática!
Seja qual seja (ou for) o nome, estamos todos no mesmo barco e sob o capricho da onda – circunstância, que nos empurra para uma praia de iguais. Nessa enseada comum haveremos que armar as barracas das diferenças que, enfim, nos igualam ao nome da... em nome do... em nome de...!
Até quando? Por quê?...

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