terça-feira, 17 de maio de 2011

UM POUCO

Do todo sempre resta um pouco e o pouco que resta bastaria para fazer grande o mundo e maior a humanidade. Senão vejamos.
Não é a enxada que verte poderes milagrosos ao agricultor e sim sua competência de produzir que o faz indispensável na difícil empreitada de prover. Não é o hino, nem a bandeira, que fazem a virtude do patriota e sim sua sincera vontade a favor das causas justas de sua Pátria, que gera a luminosa postura de legítima liderança e útil convivência.
Não é a forçosa circunstância coletiva que identifica e classifica o cidadão e sim a clarividência  de sua iniciativa de serviço ao próximo, que qualifica e justifica sua ação de ser, fazer e revolucionar.
Não é o lustro da batuta que faz brilhante o concerto e sim a alma e o enlevo do maestro e dos músicos que tornam imortal a melodia.
Não é a fria fórmula do medicamento que resgata a vida e reforça os contornos da existência e sim a humanitária dedicação do médico que sara as feridas, amaina o sofrimento e repõe o sol da saúde na cabeceira dos moribundos.
Não é a tosca ferramenta que ergue a obra e sim o esforçado trabalho do construtor que a faz real, sólida e permanente.
Não é a cartilha que gera a educação e sim a dedicada consciência do professor que promove o elucidamento.
Não é o breviário que encurta nosso caminho para Deus e sim a liderança do pastor e a força de nossa fé que fazem reais as sendas da caridade e verdadeiras as estradas da esperança.
Não é o pincel que dá beleza ao quadro e sim a emoção do pintor que a colore de vida e paixão.
Não é o brilhante e caro anel que ergue os castelos do amor e sim o sentimento arrebatado do amante que exige as fortalezas do afeto.
Não é o forno que faz o pão e sim o diletante trabalho do padeiro que regenera a essência de nosso provimento material.
Não é a métrica que faz a poesia e sim o ânimo libertário do poeta que rima ensejos com desejos.
Não é a barba que faz o sábio e sim sua justa razão, mesmo imberbe, que faz a certeza do caminho e o caminho da certeza!
Não é o nariz vermelho que faz a graça do palhaço e sim seu dedo mingo, cheio de magia e arte, que aponta para o reino do riso.
Não é o texto que cria e anima verdades no coração dos leitores e sim a própria inspiração das pessoas, que faz legível o escrito e válido seu sentimento.
Do todo, um pouco para que reste um tanto para não faltar um muito e não sobrar um quanto...
 Quando?... Onde? – Aqui! Hoje um pouco – cada dia um tanto!

Um comentário:

Zilnei pinturas disse...

Eu adoro ler tuas cronicas...beijos